sexta-feira, 20 de novembro de 2009

10 anos da Expressão Popular em Fortaleza

A Expressão Popular é uma editora totalmente voltada às lutas sociais e que, através do trabalho voluntário militante, mantém os livros a preço de custo, dando amplo acesso de leitura. Está complentando 10 anos e contará com uma programação especial em Fortaleza, na Universidade Estadual do Ceará, no Campus do Itaperi, nos dias 23 e 24 de novembro:

Local: Auditório da Reitoria da UECE (Itaperi)

23 do 11 (segunda-feira)

8h/ fala de abertura do seminário: "O vocabulário da luta social e as editoras populares".
Professora Adelaide Gonçalves (História/UFC)

8:20h/ "A crise e a questão do Brasil: lições de Caio Prado Júnior".
Professor Francisco Teixeira (UECE e UNIFOR)

19h/ Jornada em defesa da democracia e do MST Participação de João Pedro Stédile e Paulo Arantes (USP)


24 do 11(terça-feira)
8h/ "O marxismo na batalha de ideias".
João Pedro Stédile e José Meneleu Neto (UECE)

19h/ "O marxismo frente as irracionalismo do mundo contemporâneo"
Paulo Arantes (USP)


A organização do evento pede a contribuição de 1 kg de alimento.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

sobre o acontecimento de ontem (5 out) noticiado com escândalo pela globo

Primeiro, sobre a CPI

A CPI da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) foi arquivada porque se tratava claramente de retaliação, os índices seriam atualizados, o ministro da agricultura disse que era contra, a mídia caiu em cima, o parlamento acompanhou. Não foi em frente porque, com a carta assinada por tanta gente, viu-se a legitimidade e a força de um movimento que há 25 anos segue firme na defesa da posse da terra. E que nesses anos todos vem atraindo ódio de gente poderosa, mas nossos companheiros jamais baixarão as bandeiras, jamais deixarão de marchar e, sim, jamais deixarão de ocupar terrenos públicos assaltados da União.

Não só o MST é contra a instalação de mais uma CPI inútil (por ser retaliação à sua luta) como parte considerável da sociedade: até esse exato minuto 3469 assinaturas, entre pessoas físicas e entidades, manifestavam a defesa do MST frente absurdos intoleráveis num Estado de direito(a), como assassinatos, tortura, desaparecimento de trabalhadores rurais, ameaças, destruição (rotineira) das instalações do movimento, fechamento das escolas itinerantes, descaso com a expulsão do trabalhador de suas terras, descaso com a política de assentamento, descaso com os estudos do INCRA que mostra, que escancara o número imenso de propriedades improdutivas mas que continuam alí "existindo", mirando os trabalhadores com suas cercas e suas armas: as pistolas e o Estado, pior dos árbitros.

Agora, sobre a ocupação um detalhe importante: A fazenda pertence à empresa Cutrale, uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo e que ilegalmente detém território da União. Sabe porque o processo saiu para a justiça federal? O INCRA pediu imissão na posse ao STJ. Está claro que a ocupação da Cutrale é legítima!

sábado, 3 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Apoio da sociedade ao MST inviabiliza CPI

A secretaria da Mesa Diretora do Senado informou que o requerimento de criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) contra o MST foi arquivado, por conta do número insuficiente de assinaturas de parlamentares para garantir a sua instalação. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), líderes da bancada ruralista no Congresso Nacional, protocolaram no dia 17 de setembro um pedido de CPI contra o MST.

O MST tinha denunciado que a instalação de uma CPMI era uma represália às lutas pela revisão dos índices de produtividade. "Vamos continuar a luta pela atualização dos índices de produtividade, que estão defasados desde 1975. Precisamos de medidas concretas para enfrentar a concentração de terras, que está aumentando no país", afirma a integrante da coordenação nacional do MST Marina dos Santos.

Segundo ela, o apoio de entidades, intelectuais, professores, juristas, escritores, artistas e cidadãos do país e do exterior impediu a instalação da comissão, com a desistência de 45 deputados federais. "O apoio da sociedade brasileira e a solidariedade internacional foram fundamentais para inviabilizar a criação de uma CPI para fazer perseguição política ao nosso movimento", afirma Marina.

Manifesto

Como resposta à represália da bancada ruralista, foi lançado um Manifesto em Defesa da Democracia e do MST, a partir da iniciativa do presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), Plínio de Arruda Sampaio, do coordenador do Núcleo Agrário do PT e ex-presidente do Incra, Osvaldo Russo, dos escritores Hamilton Pereira e Alípio Freire e da socióloga Heloisa Fernandes, que escreveram o texto e contribuíram no levantamento de assinaturas.

O documento, que recebeu mais de 4 mil assinaturas, foi assinado pelo crítico literário Antônio Cândido, o filósofo Leandro Konder, o escritor Fernando Morais, o fotógrafo Sebastião Salgado e os juristas Fábio Konder Comparato, Jacques Alfonsin e Nilo Batista. Do exterior, aderiram os intelectuais Noam Chomsky (EUA), Eduardo Galeano (Uruguai), István Mészáros (Hungria), Immanuel Wallerstein (EUA) Miguel Urbano (Portugal), Vandana Shiva (Índia), Slavoj Zizek (Eslovênia), Tariq Ali (Reino Unido/Paquistão).

Dirigentes das entidades da sociedade e dos partidos de esquerda também assinaram o manifesto, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Conlutas, Força Sindical, Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), UNE (União Nacional dos Estudantes), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Marcha Mundial das Mulheres, Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), Abong (Associação Brasileira de ONGs), Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) e Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), além de PT, PCdoB, PCB, PSOL, PSTU e PDT.

E sobre o documento em questão, é possível deixar a sua assinatura em: http://www.petitiononline.com/manifmst/petition.html

sábado, 29 de agosto de 2009

da manifestação e truculência

O governador Cid Gomes (PSB - CE) é conhecido pela sua inábel capacidade de desviar o foco da discussão. No Itaperi, em 3 de julho, foi pressionado pelos estudantes e docentes a responder sobre a carência de 540 professores. Não tomou posição, preferiu ficar falando da sua "boa vontade" com os professores, que faz concurso não por pressão, mas por conscência.

Ontem, como escreví abaixo, aconteceria a entrega das viaturas do programa RONDA do quarteirão em Itapipoca. Primeiro problema: cadê os estudantes? A baixa mobilização foi um empencilho para que o governador e a população em geral não sintam a urgência do problema. Vamos aos fatos.

O governador começou a fala dizendo "antes de tudo vou fazer uma limpeza aqui", referindo-se aos cartazes que foram levantados mostrando as reivindicações dos estudantes com relação ao atual estado da universidade. Ele fala isso porque trata os professores como um lixo que, supõe, pode ser manobrado como um problema secundário quando o que interessa, na urgência do evento, é a entrega de viaturas e contigente militar, e não a educação para um povo facilmente manipulado com os números.

Leu os cartazes e partiu para o ataque. Disse que governante nenhum investiu tanto quanto ele na universidade, que faria a escola técnica, depois, inexplicavelmente, falou até de um aeroporto que traria para o município, estradas, 100 milhões R$ em investimentos para Itapipoca. Ok, e cadê a faculdade nessa história! Mostrou números, números. Mas o único número que nos interessava na manifestação ele não falou: faltam 540 professores nas três universidades estaduais (UECE, UVA e URCA). Na URCA os estudantes não têm sala de aula, assistem num depósito improvisado numa fábrica abandonada.

Mas o governador foi pressionado, mostramos os cartazes "PROFESSORES", apenas ele não falou! Chamou um dos estudantes para subir no palco mas desistiu, recuou porque sabia o que viria: cadê concurso pra professor efetivo?

O governador falou que era preciso ter "bom senso" com os problemas públicos umas dez vezes, mas quando o assunto é educação ele não parece se interessar muito. As reivindicações continuarão com toda a força dos seus argumentos.

(em off)
Eu estava segurando um cartaz escrito "Sem professor não tem faculdade!" quando alguèm da segurança do governador chega perto de mim mandando eu baixar o cartaz. Eu digo que não baixo coisa alguma e ele me ameaça: "se não baixar vai piorar pra você". Continuei de braços erguidos, assim como o companheiro que ridiculamente levou um beliscão (isso mesmo) de um segurança enquanto levantava seu cartaz! "Isso é agressão!"

manifestação hoje (dia 29) contra o governador

O CA de pedagogia da FACEDI estará realizando uma manifestação hoje, na entrega do programa RONDA do quarteirão ao município de Itapipoca, pelo governador Cid Gomes. A solenidade acontecerá no bairro das Flores, às 19 horas, na praça da igreja São Expedito.

Estamos com cartazes, faixas e pedimos o apoio dos estudantes para comparecerem e manifestarem as carências da universidade: falta de professores, falta de estrutura, ausência de laboratório de informática e o estado lastimável da biblioteca.

E lembramos que o total do investimento das quatro viaturas mais 34 policiais do RONDA está estimado em 600 mil reais

Falta investimento na educação de qualidade!
O sucateamento da universidade precisa ser exposto!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

o circo no qual se transformou o senado

Pela primeira vez na vida (e espero sinceramente ser a última) concordei com o senador Demóstenes Torres (DEM - GO) quando este disse, ontem, após o bate-boca entre o tucano Tasso Jereissati, do Ceará, e Renan Calheiros (PMDB - AL):

"Para que existe o Senado? Para que existe o Congresso Nacional? Somos um bando de fouchés, figuras menores, que vêm aqui com o único objetivo do enriquecimento pessoal e não para defender os interesses da sociedade?”

A cena de ontem foi de uma mediocridade sem limites: ver um bandido como o Renan dar lição de moral é de uma imoralidade gritante! Eis a ficha do criminoso, no episódio que ficou conhecido como "renangate": tráfico de influência na compra de empresas de refrigerantes; esquema de espionagem contra senadores da oposição do presidente Lula; uso de laranjas na compra de estações de rádios; uso de empresas fanstasmas para comprovar rendimentos; aluguel de 4,5 mil reais de um apartamento de quatro quartos em Brasília pago com dinheiro público.

Precisa ainda falar do Tasso? Então vai: utilização de suas cotas de passagens aéreas para fretar voos em jatinhos executivos; fora os gastos que somaram R$ 335 mil entre 2005 e 2007. De 2007 até agora foram mais R$ 134 mil, totalizando R$ 469 mil, segundo o sistema de acompanhamento do Orçamento (Siafi).

Eis o circo da (pseudo)representação política!

domingo, 2 de agosto de 2009

A negação do congresso nacional como negação da política

Sindicatos como a CUT ou entidades como a UNE há muito tempo (7 anos) abandonaram as reivindicações para se unirem ao plano governamental de perpetuação do reformismo que de forma alguma romperá com o regime de carência que o modo de produção capitalista e a (falta de) lógica do mercado financeiro propõem.

Um presidente que defende programas tipicamente neoliberais como o PROUNI ao invés de investir na universidade pública acessível e de qualidade; que defende a grilagem criminosa e não a reforma agrária; um governo populista que há muito tempo se esqueceu dos seus ideais de luta e que tem como única meta a continuidade no poder, capaz de, para isso, defender a santidade de gente como Sarney (não que o PT seja muito diferente dos partidos ditos de direita hoje em dia, o PT nem conteúdo programático tem).

Lancemos o convite a todos os que se envergonham da "política", participemos das associações comunitárias, sindicatos, agremiações, encontros. Proponhamos uma nova política, ou até o fim da política como resultado último da emancipação humana. É mais que um convite ou uma reivindicação, é um desafio a todos aqueles que aspiram pela mudança radical!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

exagero?

Muita cara de pau do REItor da UECE, Francisco Araripe, de aparecer na televisão e dizer que o assalto a um professor dentro da sala de aula (às 12:30h!) foi um caso isolado, que o policiamento dentro da universidade já está sendo reforçado, e que é exagero da mídia, até má vontade, em tentar "denegrir" a imagem da universidade!

Não há a mínima segurança no Itaperi. Os professores atendem o pedido dos alunos para que as aulas terminem mais cedo; falta um mínimo de iluminação e os estudantes são aconselhados a andar em grupo. O assalto que aconteceu na segunda (6), em plena tarde, mostra a debilidade da adiministração. E o REItor fala em exagero! Ano passado teve tiroteio dentro do campus, por conta de arrombamento de carros.

terça-feira, 7 de julho de 2009

agredido ou agressor?

A mídia cearense divulgava na sexta-feira (3) com grande estardalhaço a "bagunça" que os estudantes da UECE faziam quando da reinauguração da biblioteca do campus do Itaperi, que contou com a presença do governador Cid Gomes (PSB). O detalhe dessa "comemoração" é que não tinha um livro novo no acervo.

Os meios não tocaram na principal questão: a quase estagnação da universidade com a carência de professores. A falta de estrutura física dos diversos campus também é de total abandono: na URCA os estudantes assistem as aulas em fábricas abandonadas (!) porque simplesmente não têm sala de aula. Na FACEDI a biblioteca, as instalações, os banheiros, tudo em lamentável estado.

Entre outras reivindicações dos estudantes, estão a reforma do Restaurante Universitário, construção do Hospital Veterinário, novos veicúlos para a universidade, etc.

Lamentável a atitude dos estudantes de geografia que, ao anúncio da aquisição de novos ônibus para o curso, esqueceram a falta de professores e passaram a aplaudir o governador. Nem falo da maioria dos estudantes das exatas porque nem se deram ao trabalho de ir até o auditório.

Pois os jornais limitaram-se a mostrar a manifestação dos estudantes como agressão mas não enxergam, ou fingem não enxergar, que a agressão foi o discurso demagógico desse que não passa de mais um político medíocre da família Gomes, um sujeito que não tem o mínimo respeito com os professores da rede estadual, inescrupuloso com seus projetos faraônicos que de forma alguma beneficiarão o povo. Povo esse que infelizmente ainda acredita que a melhor forma de acabar com a violência é colocar pobre na cadeia, pois esta é a sua principal base eleitoral. Ele bem que suou pra enrolar, enrolar. Falou até do aquário! Mas não aceitou os concursos. E ele sabe muito bem o que acontece com tamanha truculência.

notas:
Do governador: "sei que aqui vocês são socialistas mas eu não sou, eu sou contra o socialismo", disse o político do partido socialista brasileiro (PSB).
"Eu fiz o concurso (para novos professores, em 2006) porque a minha consciência pediu. Não foi pressão, foi porque EU quis".

quinta-feira, 23 de abril de 2009

o anarquismo

O principal problema do anarquismo é que ele espera sem sucesso nenhum que nasçam homens espirituosos que tenham como compromisso irremediável a quebra do Estado, sem antes pensar na problematização das relações sociais criadas por esse mesmo Estado e que se manifestam em todas as atitudes desses homens nada espirituosos.

O anarquismo pode ser considerado como medida política apoiada na práxis hoje em dia? Não consigo imaginar como. Pra mim não passa de movimento contemplativo que não sairá nunca da utopia ao imaginar uma sociedade sem imposições da diversas ordens sem antes pensar no caráter essencial de qualquer revolução: imposição do desejo de um grupo ao todo. Não há nada mais autoritário do que uma revolução, já definiu bem Engels, que, ao enumerar as diversas falhas do anarquismo cita essa incompreensão dos companheiros da importância do uso da força (consciência maior que essa não pode existir) para a quebra da resistência adversária. Quando o Chomsky vem falar que o Lênin foi um dos "piores inimigos da democracia" não dá pra não torcer a cara e ver que o anarquismo não sairá nunca das gavetas esquecidas, gavetas empoeiradas que guardam textos também empoeirados de seus grandes idealizadores pequeno-burgueses que, sinceramente, não fizeram uma crítica conscistente ao problema do Estado: eles enxergam que há uma luz no túnel, mas não fazem idéia de como levantarem das cadeiras (ou das cadeias) para chegar lá. Lênin fez.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

do fazer artístico

Acho que esse niilismo ainda acaba com a minha vida... Faz tempo que tenho uma visão não das mais encantadas pela arte, pelo que significa a arte e pra que ela serve (nada que possa ser levado a sério por quem me lê, até porque levo isso na brincadeira [leia: blog ou qualquer coisa relativa]). Discordo do Ariano Suassuna quando ele diz que a arte não pode ser tendenciada ideologicamente, pra mim a arte só presta justamente pra isso: apólogo de idéias, e idéias insensatas, jurídicas, filosóficas, existenciais: po-lí-ti-ca.

Então eu vivo num reduto artístico onde o que interessa é esse endeusamento de quem faz parte da roda, da redoma (o que significa redoma?) artística em detrimento dos excluídos, não aqueles que são julgados de "o não-ser artístico" mas o que foram dispensados, postos pra fora pelas mais estúpidas formas. E há quem diga que o mundo é pequeno, que precisamos de mais corpos e mentes sonhadoras . NADA DISSO. Primeiro precisamos nos renovar, pensar nas inacreditáveis bizarrias que estão sendo cometidas nesse exato momento (tomar que alguém leia isso e acredite que eu estou falando justamente dele) e perceba os preconceitos, as injustiças contra uma pessoa (mensagem subjetiva: não estou falando de mim) que ajudou a fundar essa associação, que está há mais de quinze anos junto, atuando, ganhando prêmios, condecorações, que SEMPRE está disposto a ajudar, que se mata de trabalho e em troca de quê???

Essa pergunta nunca vou conseguir responder, e não é de hoje que isso acontece. Discussões formais numa mesa de bar, num sofá são jogados os anos de amizade, de recíproca amizade e as histórias mais inacreditáveis são inventadas: nós, os artistas, somos seres criativos.

No final a arte mostra a nossa fragilidade, não os deuses que alguns supõem que são, mas a nossa humanidade, a nossa demasiada humanidade. Abraço, AARTI.

domingo, 25 de janeiro de 2009

entre e estética e a ideologia

Lí um dia um artigo em que um senhor analisava a literatura como "burguesa" ou "social", falava dos autores comprometidos com os reais problemas sociais ou com uma visão mais crítica sobre aqueles que nos mandam calar a boca e aqueles que estão mais preocupados com a manutenção de tal quadro (diria até dessa elitização e alienação que é a arte... digamos, "de massa", em suma, a indústria cultural, como disseram os carinhas da Escola de Frankfurt).

Não vou mentir dizendo que não desprezo aquele tal de Nelson Rodriques ou Paulo Coelho, etc., mas se formos partir pra essa discução política dentro da literatura, não sobra muita coisa pra discutir. Por exemplo, eu seria o primeiro a queimar um livro do Victor Hugo! Mas como negar a importância dele? E de Dostoiévski então?! Ele era um conservador quando o assunto era religião ou política, mas daí vou desprezá-lo?

Bom, que leiam Bilac ou Saramago, Nelson Rodrigues ou Górki, Maiakovski, etc. O importante é que a literatura consegue uma vida além das nossas capacidades de compreensão da angústia humana. A política está em tudo, basta saber sobreviver a ela (não que eu seja pessimista, é claro).