quinta-feira, 23 de abril de 2009

o anarquismo

O principal problema do anarquismo é que ele espera sem sucesso nenhum que nasçam homens espirituosos que tenham como compromisso irremediável a quebra do Estado, sem antes pensar na problematização das relações sociais criadas por esse mesmo Estado e que se manifestam em todas as atitudes desses homens nada espirituosos.

O anarquismo pode ser considerado como medida política apoiada na práxis hoje em dia? Não consigo imaginar como. Pra mim não passa de movimento contemplativo que não sairá nunca da utopia ao imaginar uma sociedade sem imposições da diversas ordens sem antes pensar no caráter essencial de qualquer revolução: imposição do desejo de um grupo ao todo. Não há nada mais autoritário do que uma revolução, já definiu bem Engels, que, ao enumerar as diversas falhas do anarquismo cita essa incompreensão dos companheiros da importância do uso da força (consciência maior que essa não pode existir) para a quebra da resistência adversária. Quando o Chomsky vem falar que o Lênin foi um dos "piores inimigos da democracia" não dá pra não torcer a cara e ver que o anarquismo não sairá nunca das gavetas esquecidas, gavetas empoeiradas que guardam textos também empoeirados de seus grandes idealizadores pequeno-burgueses que, sinceramente, não fizeram uma crítica conscistente ao problema do Estado: eles enxergam que há uma luz no túnel, mas não fazem idéia de como levantarem das cadeiras (ou das cadeias) para chegar lá. Lênin fez.