segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

do fazer artístico

Acho que esse niilismo ainda acaba com a minha vida... Faz tempo que tenho uma visão não das mais encantadas pela arte, pelo que significa a arte e pra que ela serve (nada que possa ser levado a sério por quem me lê, até porque levo isso na brincadeira [leia: blog ou qualquer coisa relativa]). Discordo do Ariano Suassuna quando ele diz que a arte não pode ser tendenciada ideologicamente, pra mim a arte só presta justamente pra isso: apólogo de idéias, e idéias insensatas, jurídicas, filosóficas, existenciais: po-lí-ti-ca.

Então eu vivo num reduto artístico onde o que interessa é esse endeusamento de quem faz parte da roda, da redoma (o que significa redoma?) artística em detrimento dos excluídos, não aqueles que são julgados de "o não-ser artístico" mas o que foram dispensados, postos pra fora pelas mais estúpidas formas. E há quem diga que o mundo é pequeno, que precisamos de mais corpos e mentes sonhadoras . NADA DISSO. Primeiro precisamos nos renovar, pensar nas inacreditáveis bizarrias que estão sendo cometidas nesse exato momento (tomar que alguém leia isso e acredite que eu estou falando justamente dele) e perceba os preconceitos, as injustiças contra uma pessoa (mensagem subjetiva: não estou falando de mim) que ajudou a fundar essa associação, que está há mais de quinze anos junto, atuando, ganhando prêmios, condecorações, que SEMPRE está disposto a ajudar, que se mata de trabalho e em troca de quê???

Essa pergunta nunca vou conseguir responder, e não é de hoje que isso acontece. Discussões formais numa mesa de bar, num sofá são jogados os anos de amizade, de recíproca amizade e as histórias mais inacreditáveis são inventadas: nós, os artistas, somos seres criativos.

No final a arte mostra a nossa fragilidade, não os deuses que alguns supõem que são, mas a nossa humanidade, a nossa demasiada humanidade. Abraço, AARTI.