O programa "Fantástico" (rede globo) continua com o seu sensacionalismo ridículo ao expor situações, geralmente desagradáveis, como verdadeiros espetáculos. Por algum acaso resolví assistir uma materia no último programa (dia 7 de agosto), acho que era pura letargia minha porque sequer fiz menção de levantar. Mostrava um indivíduo que havia assassinado 18 pessoas. Façamos o grande esforço em deixar isso de lado porque quero falar de outra coisa.
Pois bem, começamos pela definição do rapaz: "um maníaco." Segundo os policiais, matava simplesmente porque gostava. Não acredito mais numa resposta desse tipo. O que quero dizer é: sendo o rapaz negro, pobre, favelado e filho de pais separados, fica difícil acreditar numa versão que não passa de preconceito com o simples propósito de colocar mais um "desses" na cadeia.
Não passa, portanto, de jogo político. O rapaz deve sim cumprir a pena pela barbaridade que fez mas não devemos olhar só por esse lado. A Globo apoia esse extermínio e a secretaria de segurança (militar) do Rio de Janeiro agradece porque está cumprindo o seu papel: matar favelado. Fatos como esse, explorados dessa forma tão cinematográfica (com direito a entrevistas de parentes geograficamente distantes, análises psicológicas condenativa, etc.) só aumenta o preconceito que a classe "branca" tem dos "prováveis bandidos".
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